“Oh não, mais uma receita Aeropress? Não bastam já as centenas que há por aí?” – Perguntam-me vocês. Eu sei, mas passados alguns anos a empurrar o êmbolo e a experimentar diferentes métodos, decidi criar uma receita que tenho vindo a aprimorar.
Após 2 anos de método invertido (filtro virado para cima), a borracha do meu Aeropress começou a absolver óleos, a ficar pegajosa e a largar mau sabor. Depois de a ter recuperado com várias horas de imersão em detergente para máquinas de expresso e de a ter esfregado bem, voltei ao método invertido até que um dia tive a agradável experiência de despejar 250 ml de água a ferver na mão. Para mim acabou-se o método invertido.
O objectivo desta receita não é ganhar campeonatos, mas sim ser consistente, pragmática e intuitiva e que tenha em conta os passos extra que as receitas costumam omitir, como remover o Aeropress da balança para não a destruir com a pressão que colocamos no êmbolo. Procurei também que o mínimo de água caia pelo filtro durante a infusão de maneira a replicar a uniformidade da extracção do método invertido.
Mas o texto já vai longo, por isso vamos ao que interessa:
Café: 18g
Água: 250ml (ajustar quantidade para um café mais ou menos forte)
Moagem: Média (tipo grão de açúcar)
Tempo de extracção: 01m45s
Uma agitação alternativa
Mexer o café no Aeropress tem o seu je ne sais quoi. Se não for bem feito criamos um puck2 desnivelado que, um pouco como no expresso, resulta numa extracção menos uniforme. Movimentos circulares criam uma ilha no meio e movimentos para a frente e para trás, ainda que preferíveis, por vezes criam uma espécie de rampa. Para saber se se fez um bom trabalho, recomendo colocar a lanterna do telemóvel junto ao Aeropress para ver o formato do puck.
Esta técnica que vou descrever levanta o café que está no fundo e mistura-o com a água. Isto faz com que quando se pára de mexer, o café precipite uniformemente resultando num puck direitinho que dá gosto ver (nem que seja pelo OCD). Na prática coloca-se a espátula toda no interior do Aeropress apoiada nas bordas e abana-se como se fosse uma barbatana apontada para o fundo, usando a pega como eixo.
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